Novelas da Vida

Histórias Fa ntásticas

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Novels da Vida - MARCOS - O MENINO PERDIDO - CAPÍTULO 3

NOVELAS  A  VIDA 

MARCOS - O MENINO PERDIDO

CAPÍTULO  3








      Já passava das sete horas quando o senhor Horácio estava abrindo o seu negócio no centro
da cidade de Recife quando percebeu um plástico preto se movendo por trás de um depósito de
lixo e resolveu averiguar. 
__Ei garoto... dormindo aí?
__Por favor senhor...
__Calma rapaz... calma. Eu não vou te fazer mal. Você não parece um menino de rua.
__É que eu me perdir da minha mãe.
__Como é seu nome?
__Eu me chamo Marcos e vim com a minha mãe pra...
__Olha ele alí Artur, vamos pegá-lo.
__Ei espera aí... vocês não podem fazer isso com o menino.
__Isso não é da sua conta... fique fora disso. Ele roubou a minha banca de frutas logo cedo.
__Não fui eu quem roubou não. Foi o outro menino.
__É mas você estava com ele... não estava?
__Eu não sabia que ele iria fazer isso. Eu pensei que ele ia lhe pedir.
__E então por quê correu com ele em?
__Eu fiquei com medo...
__Olha aqui senhores... eu pago o prejuizo. Olha... essa loja aqui é minha e...
__Olha só Artur que bonzinho. A gente sabe bem quem é você. Você não é o velho que estar
     sempre ligando para os fiscais tirarem a gente daqui da área.
__Olha aqui você me respeite em! E é mehor você soltar o garoto se não...
__Se não o quê? Vai chamar a polícia pra gente é seu velho de uma figa.
__Joel é melhor a gente ir embora daqui.
__Fica tranquilo Artur... ele não vai fazer nada não é mesmo... ei seu desgraçado venha aqui...
    vai Artur atrás dele.
     Enquanto os homens desconhecidos trocavam insultos, Marcos deu uma guinada e conseguiu
escapar do seu algoz. Correu por entre bancas diversas que ainda estavam fechadas  aguardan-
do pelos seus donos. O Mercado de São José alí presente começava a abrir as suas portas. Ele  é
um dos vinte e quatro mercados público do Recife. Foi inaugurado em 07 de setembro de l875
tem 545 boxes e é o mais antigo do Brasil. 
__Seu imbecil por quê você roubou ocara?
__Imbecil é você Marcos... se  gente perdí eles não dão. A gente tem mais é que roubar mesmo       ou vai qurer morrer de fome.
__Mas se ele não desse as futas a gente ia e pedia a outra pessoa Zuca.
__Deixa de ser otário Marcos... aqui é a lei do mais esperto  acho melhor você se acostumar logo
    com isso ou dar o fora e vai procurar outra turma.
__Zuca eu só quero encontrar a minha mãe.
__Você é muito otário mesmo né? Ainda acha que você se perdeu dela. Ela te deixou foi no meio
     daquela multidão de propósito.
__Não fala assim da minha mãe não em?
__Ela fez com voçê igualzinho a minha mãe fez comigo. Me deixou dentro do ônibus dormindo       e so acordei no terminal de Joana Bezerra.
__Já falei pra você não falar assim dela seu...
    O pau cantou e os outros meninos tentavam separar os dois brigões. Zuca era o chefe dos me-
ninos de rua e fazem  ponto nos viadutos da cidade. Sempre pulavam de um para  outro   com
medo de serem pegos pela polícia. Zuca por ser o mais velho e temido pelos outros tinha então
13 anos mas parecia que já era um adulto devido a sua esperiência nas ruas. No começo tentou
achar a sua mãe mas com o tempo percebeu que tinha sido abandonado mesmo e desistiu  de 
procurá-la. Na época ele tinha sete anos. 
__Vai embora daqui Marcos. Não quero te ver nunca mais.
__Eu vou mesmo Zuca... é melhor andar sózinho do que mau acompanhado.
    Já se passara meses e o menino perdido já começava a acreditar nas palavras de Zuca. Pen -
sava e resmungava sózinho pelos cantos. "Será que a minha mãe me abandonou mesmo?" Ela
era toa boa pra mim. "Por quê ela faria isso?" Porque somos pobres e ela estar  cansada  de
mim? Marcos estava completamente desorientado. Não sabia mais o que fazer. Andava peram-
bulando pela cidade sem conhecer ninguém, com medo, com fome, desolado. Resolveu ficar bem longe do esconderijo de Zuca pois temia que ele vinhesse se vingar da briga que tiveram.
      A noite chegou juntamente com um chuva forte e todos já estavam largando do trabalho.
Marcos abrigou-se em frente a uma loja e fitava as pessoas correndo de um lado para outro. Todos com o mesmo destino, voltar para casa e isso Marcos não podia fazer. Na sua mente 
passava-se de tudo. Parecia um filme de terror. Pegou uns papelões na lixeira ainda molhados
improvisou uma cama e dormiu alí mesmo. Ao relento, no frio e entregue a própria sorte.


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