Novelas da Vida

Histórias Fa ntásticas

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

NOVELAS DA VIDA - MARCOS - O Menino Perdido

NOVELAS  DA  VIDA  

MARCOS - O MENINO PERDIDO

Capítulo  1



       Era terça-feira e chovia bastante  na  bonita  cidade
de Barreiros na zona da mata pernambucana. Esse no-
me proveio das escavações que os porcos caititus f azi-
am e eram muito abundante no lugar. Barreiros ( solo
de barro vermelho), foi formada de uma aldeia cujo chefe descendia  de  Felipe
Camarão (um dos líderes da restauranção de Pernambuco). Foram os Caetés os
primitivos dessas terras. Dona Rita e seu filho Marcos de nove anos  de  idade esperavam o ônibus que os levariam até a capital do estado. Eram mais de cem 
quilômetros até lá e Marcos viajava pela primeira vez. Dona Rita, tinha uma ir-
mã Lourdes que morava em Recife e iria passar um tempo por lá. Estava decidi-
da a arrumar um emprego na cidade grande já que alí não teria  condições  de 
criar o seu filho. Desde a morte de seu marido Armando e a decadência da usi -
na, pois a industria açucareira era a principal fonte monetária  do  lugar,  que
dona Rita passava por dificuldades. A esperança agora era trabalhar na capital
e pelo menos lá tinha onde ficar. Vendeu sua casa e tudo que tinha  e  foi  em di-
reção a sua sorte.
__Vem Marcos... o ônibus chegou.
__Oh, mãe eu não quero ir pra Recife.
__Eu já lhe falei que não temos mais nada pra fazer aqui. Vamos tentar a sorte
     lá e sua tia Lourdes já estar providenciando sua matrícula numa escola perto
     de onde ela mora e que Deus nos ajude.
      Marcos tinha uma amiguinha que costumava brincar  com  ela na descida do
Rio Una e chorou bastante quando ficou sabendo de sua partida. Gracinha  era
uma menina de dez anos e frequentava a mesma escola de Marcos e daí surgiu
essa atração de um pelo outro, por isso Marcos não queria partir.  E  na  poeira
que o ônibus deixou pra trás, Marcos ainda conseguiu ver Gracinha segurando
na barra da saia, ela foi se despedir dele mas chegou tarde demais. Uma peque-
na lágrima rolou dos seus olhos castanhos.
__Tira essa cabeça da janela menino... e por quê estar chorando?
__Não foi nada mãe... não foi nada.
__Olha Marcos... não torne essa vida da gente mais dificil ainda. Você pensa 
      que eu estou gostando disso? Seu pai fez de tudo por nós... trabalhou feito 
      um condenado e o quê foi que ele deixou pra gente? Nada.
__Ele deixou a nossa casa.
__É... uma casa velha caindo aos pedaços... vendí por uma ninharia...   só  vai
      dar mesmo pra gente chegar em Recife. Mas eu não culpo ele Marcos.  Seu 
      pai foi um homem trabalhador e honesto. 
__E ele um dia vai voltar mãe?
__Gostaria muito que isso acontecesse... vá meu filho... durma um pouquinho
      a estrada é muito longa.    
      Dono Rita tinha feito de tudo pra sobreviver. Plantou hortaliças e fez até ar-
tesanato pra vender na feira livre da cidade, mas nada daquilo adiantou. Que  -
ria um futuro melhor para o seu filho e acreditava que na capital  isso   seria  
possível. A sua única opção era tentar a vida em outro lugar e agradecia a Deus
por sua irmã ter concebido ela e Marcos morar na sua casa em Recife   até  ela
arrumar um emprego e pode se sustentar. 
__Olha Marcos... estamos chegando.
__Aqui é Recife é mãe?
__É meu filho, vamos se arrume. Ainda temos que pegar o metrô.
__Metrô mãe?
__É Marcos... é como eles chamam o trem aqui.
__Presta atenção em? Não saia e junto de mim, entendeu?
__Sim mãe... eu quero um sorvete.
__Nada de sorvete agora Marcos. Preciso pegar as malas e tenho que pedir in-
     formações... sua tia vai estar esperando a gente na estação central e aqui   é
     apenas a rodoviária.
__Mas mãe eu tô com sêde.
__Tá bom Marcos... tá bom. Vamos ver se alí tem.
__Moço tem sorvete tem?
__Tem garoto, você vai querer de quê?
__Eu quero de morango.
__Pronto... agora  se comporte. Vamos embora, não podemos deixar a sua tia
      esperando.
      O metrô chegou mãe e filho embarcaram e a viagem foi só de curtição para 
Marcos. Tudo que passava ele perguntava logo. O quê é aquilo alí mãe. E dona 
Rita toda orgulhosa e mesmo sem saber o que era de verdade, respondia. Ah, 
Marcos... deve ser uma casa... é um prédio. E assim foi por toda a viagem. Mar-
cos impressionado com as paisagens que passavam pelo vidro da janela numa 
velocidade que jamais ele tinha visto. Dona Rita com um pedaço de papel   na 
mão conferia todas as paradas do metrô, aquilo tudo alí também era novidade
pra ela uma vez que quando esteve em Recife o metrô ainda não existia, só ha -
viam trens comuns, e ela viajou várias vezes nesses trens pra visitar familiares
na cidade de Carpina. Era jovem, bonita, esbelta e nem sonhava  em  namorar
o pai de Marcos. E isso acontecia uma vez ou outra quando seus pais vinham à
veneza brasileira. Depois que se casou com Armando só vinha no final  de  ano
para rever a família.
__Vem Marcos... fica aqui pertinho.
__Já chegamos foi mãe?
__Já... aqui é a estação central Recife. Assim que a gente descer  vamos  logo
      procurar a sua tia... não se afaste de mim em? Tem muita gente aqui.
      

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