Novelas da Vida

Histórias Fa ntásticas

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

NOVELAS  DA  VIDA  

MARCOS - O MENINO PERDIDO


CAPÍTULO  8







      De repente um cavalo atravessa na frente da carreta e Marques de susto
freia bruscamente deixando a carreta atravessada na pista.  Faltou  muito
pouco pra bater no cavalo. Marcos bateu com a cabeça no peinel  e  caiu  no
salão da cabine. Marques ainda atordoado desperta e passa a mão pelo ros-
to lamentando a triste cena que poderia ser pior ainda. Por  sorte  naquele 
momento não passava carros.
__Marcos... Marcos... você estar bem?
__Oh, o que aconteceu... quem é você?
__Um desgraçado de um cavalo atravessou na minha frente... quase   mato
      ele... fica quieto aí que eu vou tirar a carreta da estrada.
__Eu tô com sede.
__Pronto... agora vamos ver como você tá.
__Minha perna tá doendo.
__Olha só o que eu fui arrumar... vai atrassar minha viagem.
__Mas eu não tenho culpa senhor.
__É claro que não Marcos. Aquele cavalo miserável é o culpado. Já pensou
      se esta carreta tomba?
__Minha perna...
__Vem senta aqui... deixe sua perna estirada... acho que só foi uma pancada
      que você levou... vou te levar direto pro posto de gasolina   é  logo  alí   na
       frente. Deve ter algum posto médico por  lá e aí alguém vai olhar   a   sua
       perna... ok?
       O caminhoneiro estacionou desceu e foi imediatamente perdir informa -
ções no posto.
__Olha... tem algum posto médico por aqui?
__Só lá no centro da cidade... o senhor estar passando mal?
__Não, não. É um garoto que estar na carreta... ele estar com  a  perna  ma -
      chucada e precisa de um médico.
__É grave senhor?
__Não... acho que não. É que ele estar sentido dores.
__Olha, faço o seguinte. Aquele moço alí é o Ramos ele tem um taxi e pode 
      levá-los até o posto médico na cidade, fica perto daqui.
__Tá bom... eu vou falar com ele. Obrigado.
      Já no posto médico Marcos foi atendido na emergência e não foi nada  de
grave. Apenas um pequeno inchaço.
__Pronto rapazinho... não vai ser preciso nem tomar injeção. Disse o médico.
__Eu não tenho medo de injeção.
__Hum... me parece que você é muito corojoso em? Compre   essa   pomada e
      aplique nele de seis em seis horas e esse comprimido é para aliviar a dor.
      Amanhã ele já vai se sentir melhor. O senhor é o pai dele?
__Não... eu...
__Ele é meu tio doutor. Antecipou Marcos todo contente.
__Bem... vocês estão liberados... próximo.
      Marcos saiu de mãos dadas com Marques que estava surpreso com o meni-
no que lhe deu carona. 
__Por quê você mentiu pro médico?
__Ora porque o senhor me trouxe até aqui e foi a melhor pessoa  que  eu   co -
      nhecir até agora. Eu quero continuar viajando com o senhor.
__Olha Marcos presta atenção. Eu não sou seu tio. Você me pediu pra lhe dei-
      xar em Recife e é isso que eu vou fazer... não vai querer me complicar não 
      é garoto?
__Complicar o senhor.
__E para de me chamar de senhor.
__Tá bem Marques. Você já fez muito por mim.
      A carreta pegou a estrada novamente  e Marcos todo emburrado só olhava
pra frente.
__Ah, o quê foi? Não vai falar mais comigo é garoto?
__Eu quero viajar com você Marques.
__Mas você sabe que não pode. Estamos chegando e eu te desejo muita sorte.
      A despida foi de choro. Parecia que Marques era mesmo seu tio. Ele estava
carente, confuso e não tinha pra onde ir. O homem da carreta   ainda  foi mais
gentil com Marcos.
__Toma aqui garoto é pra você almoçar e guarde o restante você vai precisar
      até encontrar a sua mãe. Até outro dia Marcos.
      O menino perdido só parou de chorar depois que a carreta do homem bom 
sumiu na estrada. A tarde continuou com o sol forte e a fome apertou. Marcos
resolver fazer o que seu amigo de estrada falou.
__Moço eu quero almoçar.
__Tem dinheiro pra pagar garoto?
__Sim... toma aqui.
__Muito bem... o quê vai querer? Temos...
__Eu quero galinha assada senhor.
__Hum... está bem. Estar sózinho garoto?
__Não... meu tio estar lá no posto me esperando eu só vim comer.
__Pois não... eu volto já.
 
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                                  DEZ ANOS DEPOIS


__Marcos? Telefone pra você.
__Sim quem é?
__Marcos? Marcos Alvarenga?
__Sim.
__Quem fala aqui é Joice da ong desaparecidos. Você nos pediu ajuda pela
      internete... lembra?
__Ah, sim já faz muito tempo.
__Bem, conseguimos localizar uma pessoa que talvez seja a sua mãe... não 
      temos certeza... mas pelos dados que você  nos passou pode ser ela e es -
      tar mais perto do que você imagine. 
__Então me diga logo onde estar.
__Segundo a pessoa que nos atendeu pelo telefone ela estar muito doente e
      quer ver o filho antes de morrer. Você terá que fazer   uma  pequena via-
      gem... entendeu Marcos? Marcos? Marcos?
__Aqui é Joca. Ele estar em pranto aqui... não tem condições de falar. 
__Quem é você?
__Eu sou amigo dele aqui no trabalho, estamos trabalhando juntos a mais
      de cinco anos. Espere um pouco.
__Dona Joice me desculpe é que...
__Não se preocupe Marcos... eu entendo e espero que seja a sua mãe mesmo.
__O quê eu devo fazer?
__Olha, se você quiser amanhã mesmo iremos até lá.
__Claro que sim dona Joice e muito obrigado em?
__Não há de que Marcos. Amanhã logo cedo venha até aqui. Anote aí.


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