Novelas da Vida

Histórias Fa ntásticas

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

NOVELAS  DA  V IDA      


"Fazendo Amor... Curtindo a Novela"

Capítulo  8





       O tempo passou e o carnaval chegou com todo fervor. Aletheia já recupera-
da da morte de sua amiga estava toda contente junto com o Rick.  Como  todos
os anos o casal olidense brincavam o carnaval pra valer. O esquema já era tra -
çado logo no início do ano  e este ano de 2015 o carnaval é no dia 17 de fevereiro
mas antes tem as maravilhas do frevo. O casal vinte se preparava para  As  Vir -
gens de Olinda, o Galo da Madrugada, Pitombeira e Elefante, Ceroula  e  é  uma
verdadeira loucura. Não é a toa que o carnaval de Recife e Olinda   é   o  melhor
carnaval do mundo. Aletheia gostava de sair fantasiada mas este ano ainda não 
tinha se decidido. Quanto ao Rick, nem se preocupava com isso. Uma bermuda
e uma camiseta era o suficiente para brincar. As economias estavam sendo fei-
tas para que eles curtissem  tranquilo e este ano Rick estava  pensando  até  em
enfeitar a casa. colocar máscaras, confetes e serpentinas.  Mais  um   dia  lindo
ensolarado amanheceu. Rick assistia as últimas notícias na tv e Aletheia  reto -
cava a maquiagem quando um celular toca.
__Alê... atende aí pra mim por favor.
__Sim.
__Por favor quero falar com Rick.
__Quem tá falando?
__É Rose... você pode passar pra ele/
__Toma Rick... essa garota já está me enchendo.
__Quem é?
__Olá Rick... É Rose, lembrar?
__Ah, sim... como vai?
__Vou bem... olha é que eu decidir esticar as minhas férias e vou passar o car-
      naval por aqui e quero te encontrar para mostrar as fotos  pra  você  fazer o
      meu video.
__Ah, Rose... agora agora não vai dá não. Estou fazendo videos de apresenta -
      ção de agremiações pro carnaval e até o dia 17 não posso.
__Mas você me disse que quando eu quisesse te ligasse... vai Rick...  abre  uma
      exeção pra mim.
__Desculpe Rose, infelizmente não vai dá.
__Eu te pago em...
      Aletheia já se estourando toma o celular de Rick e...
__Olha aqui garota... Você já ouviu... ele não vai fazer video nenhum pra você 
      e vê se não liga mais. E desligou o celular.
__Mas Aletheia... que ignorância é essa? Me dê meu celular.
__Hum... você é tão carinhosozinho com ela né? Como vai... agora não vai dá.
      não posso...
__Alê para com isso. Parece uma criança.
__Criança é... o quê é que essa perua quer contigo Rick. Pensa que eu sou idio-
      ta. Ela fala comigo com desdém e parece que já te conhece  a  um  bom  tem-
      po.
__É assim que você trata meus clientes? Aliás, ela não é minha cliente  e  agora
       é que não vai ser mesmo.
__Não acredito Rick que você estar me traindo.
__E não estou mesmo, sua cabeçinha fértil. Mas, deveria. Eu chego do trabalho
      e encontro você deitada naquele sofá assistindo novela e isso todos os dias.
      Já tô de saco cheio. Até compreendo que as novelas fazem parte do dia  a dia
      relaxa a gente... é uma verdadeira curtição, principalmente  para as mulhe -
      res. Mas, eu preciso ser visto nesta casa...   a  gente  quase  não  faz   amor   e
      quando você decide fazer é sempre depois das novelas.
__Mas, Rick eu...
__Ainda não acabei Aletheia. É bom você parar com esse ciumezinho besta, eu
      não posso pagar por algo que eu não fiz. Nem começou o carnaval   ainda   e
      você já quer tirar o bloco da rua.
__Oh! Rick... por favor me desculpa?
__Estou indo pro trabalho e não me espere pra jantar.
__Rick... eu já pedir desculpas.
__Ah! Já ia me esquecendo. Só pro teu governo, depois do trabalho eu vou to -
      mar minha cerveja.
__Mas Rick tem cerveja na geladeira.
__Eu sei, mas cerveja no bar é muito mais gostosa.
      Existe uma frase que diz  " Eu Vejo Com os Olhos...   Mas  Enxergo   com     a
Mente" (RA). Aletheia agiu como muitas pessoas agem. Precipitação. Nunca se
deve acusar alguém que não se tenha prova. A verdade estar contida  no  fato e
não na mentira. Ela é prima da Esperança, as vezes demora,   mas  sempre apa-
rece. O dia passou tranquilo e Aletheia teve a sorte de nem ver a cara de Suzy. 
No trabalho tudo correu normalmente e Aletheia estava anciosa pra chegar em
casa e no volante pensava consigo mesmo. "Assim que eu chegar vou fazer uma
janta bem gostosa... o Rick não vai me deixar esperando... ele não é disso. Ah...
nem quero saber de novela hoje".  O tempo passou e nada de Rick. Aletheia  li  -
gou pra ele várias vezes, mas seu celular estava desligado. Uma da manhã e na-
da de Rick. Aletheia não aguentou e decidiu ligar pro Erick.
__Quem é?
__Erick... me desculpe ligar essa hora.
__Aletheia... você sabe que horas são? O quê aconteceu?
__Eu tive uma briguinha com Rick... chama ele aí pra mim por favor.
__Mas Aletheia o Rick não está aqui.
__Oh, Erick por favor deixa de brincadeira.
__Olha Aletheia faz dias que eu não vejo o Rick... ele saiu de casa foi?
__Sim... não... olha Erick desculpa... eu tinha a certeza que  ele  estava aí com
      você.
__Não, não estar. Você não acha que eu estou mentindo pra você, né?
__Não Erick, claro que não. Você tem alguma idéia de onde ele possa estar?
__Talvez no bar do Tony... mas a essa hora já estar fechado.
__Eu não tenho a mínima idéia de onde ele possa estar Erick.
__Olha, fica tranquila. Eu vou tomar um banho, trocar de roupa,  pegar  meu
      carro e vou dar uma volta por aí pra ver se acho ele... assim que eu tiver no-
      tícia eu te ligo, tá bem?
__Obrigado Erick, sabia que podia contar contigo.
__Isso não é nada Aletheia, Rick é como se fosse um irmão pra mim, você sa -
      be disso.
__É eu sei... me liga.
      Como uma simples bringuinha pode destruir um casamento. As pessoas as
vezes só pensam nelas mesmas e se esquecem que logo alí do seu lado está seu
maior tesouro, a pessoa amada, e só se dão de conta disso quando a perde.  Os
andarilhos perdidos nas estradas afora desse país, resultado de um amor   não
resolvido, resultado de uma insatisfação amorosa ou seja lá de que for.    São
pessoas que por esses problemas desistiram de viver e se entregaram ao mun -
do... ao relento... a própria sorte. Incrivelmente esses andarilhos não  mendi  -
gam, apenas caminham sem destino, percorrem quilômetros de distância, va  -
ram territórios adentros passando por diversos estados sem a mínima vontade
de voltar e sem esperança. Do outro lado uma família inteira daria   tudo    que
fosse preciso para o encontrá-lo mas nem sabe se vivo estar. 

      

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